quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Privilegiada, eu? Ou de paralelos cheios de sentido.

"Só quem já cruzou desertos saberá chorar em frente ao mar..." (Jorge Vercilo)

Acordei cantarolando esta canção, talvez uma forma de expressar a decantação de uma angústia nascida ontem.

Sou ouvinte e por vezes ouço até demais.  Participei de um evento legal e no almoço, uma colega lembrou que este não era um evento inclusivo, uma vez que não contava com tradução para LIBRAS. 

Meu mundo caiu ao me dar conta que em um evento onde o tema acessibilidade é tão presente, com mesas a respeito, algo assim foi ignorado pela organização. Pior: fiz o mesmo e nem me dei conta da inexistência.

Não sou surda. Isso não me afeta. Mas tracei um paralelo importante: sou negra. Para muitos, fatores e questões que me atingem diretamente, inexistem. Neste momento, vivi a dinâmica por muitas vezes cruel do privilégio.

É confortável ser a norma. Nesse contexto, o de privilegiada, creio que nos cabe usar nossa voz para fazer ecoar outras demandas, algo que é justo,  urgente e mais que necessário.

P.S:. No evento, na parte da tarde já havia intérpretes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oi?